segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Ajude a ajudar: Melhor é serem dois do que é um.

Coluna do Marcus Krause
(Servidor do Ministério Público Estadual, Graduado em Letras, Professor, Presidente da ONG Toda Criança Feliz, Mestrando em Ciências da Educação)



Existem no Brasil 820 mil ONGs, de acordo com dados do IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, isso representa um número bem expressivo de entidades que foram criadas com o fim de contribuir com a diminuição da desigualdade social, amparar as pessoas em situação de vulnerabilidade sócio econômica, dentre muitas outras funções. 

Segundo pesquisa do FASTIL 2010, estima-se que existam aproximadamente 12 milhões de pessoas envolvidas com essas entidades do Terceiro Setor. Todos esses dados demonstram um aumento de ações, investimentos, sobretudo a preocupação para com os menos favorecidos da sociedade. 

Contudo, mesmo apesar de todo esse aumento demonstrado pelos dados acima citados, uma pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social e pelo Instituto Datafolha, apontam que o voluntariado ainda não é praticado pela maioria dos brasileiros. 

Diante de tanta desigualdade em nosso país, onde as políticas públicas não são aplicadas devidamente, onde há má distribuição de renda e, diante disso, direitos como moradia, saúde, educação, lazer e outros que deveriam ser acessíveis a todos os brasileiros, não o são. 

Diante dessa deficiência do Poder Estatal, emergem entidades, que são conhecidas como ONGs, que têm a missão de suprir essa deficiência do Estado e, em muitos casos e lugares, chega a substituir a responsabilidade que seria dos entes públicos. 

Existem ONGs que atuam nas mais diversas áreas e campos como: ONGs que visam garantir às crianças e adolescentes seus direitos como lazer, saúde, educação; Que desenvolvem ações preventivas no combate ao uso abusivo de drogas, como as comunidades terapêuticas; Outras que atuam para minimizar o sofrimento de pessoas com doenças diversas, principalmente o câncer; Entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência; Ongs que atuam na proteção dos animais; Outras na defesa do meio ambiente; As que atuam para garantir educação aos quilombolas, indígenas etc; Entidades de defesa dos direitos dos idosos; Ongs que realizam capacitação para jovens ingressarem no mercado de trabalho e centenas de outras voltadas para os fins mais diversos, em prol do bem comum e promoção da igualdade social. 

Em nossa cidade e região, existem dezenas de entidades como estas que realizam um brilhante trabalho para dar mais qualidade de vida aos munícipes, resgatar valores, promover a paz e a igualdade social, sob a ótica dos direitos humanos. 

Com isso, urge uma mobilização geral da sociedade, poder público e empresariado local, em prol de apoiar, abraçar e incentivar todas essas entidades para que se mantenham em atividade, uma vez que dependem de voluntariado e a única fonte de renda destas instituições são as doações. 

Muitas vezes pensamos que só podemos contribuir com estas entidades ajudando financeiramente, contudo cabe observar que tais entidades, por terem sua personalidade jurídica, necessitam ter uma boa gestão e governança, para se manterem vivas e ativas, diante disso essas ONGs dependem de profissionais para organizar suas tarefas, atividades e ações, mas, muitas vezes encontram dificuldades por não terem como pagar bons profissionais para assessorá-los na orientação de diretrizes necessárias como: contadores, administradores, advogados, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais, médicos, professores etc... 

Muitas ONGs deixam de receber subvenções públicas ou mesmo privadas, em razão de não terem profissional para realizar sua prestação de contas por exemplo, ou ainda por não terem um assistente social ou administrador não conseguem elaborar um projeto de intervenção, essencial para busca que qualquer parceria ou aporte financeiro para sua concretização. 

Essas informações não são fictícias ou conjecturas, mas situações que já pude presenciar em casos concretos na nossa cidade. Não nominarei as ONGs existentes em nosso município para não incorrer o risco de cometer injustiças e esquecer de citar alguma, porém, cabe a você, amigo leitor, buscar conhecer o trabalho destas entidades que estão bem próximas e estender sua mão, pois como diz o texto bíblico de Eclesiastes 4.9a: "Melhor é serem dois do que um..." 

Destarte, que esta reflexão sirva de pólvora para acender em toda a sociedade e profissionais o pavio do voluntariado, sendo fortes parceiros à estas entidades e com isso fortaleçam suas ações para atenderem um número bem maior de pessoas que realmente necessitam ser amparadas por estas Ongs que tanto trabalham por um mundo melhor.



















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