Num ano imprevisível e difícil, rádio no Brasil reafirma sua importância: Retrospectiva 2020!
Meio se mexeu e fez investimentos. Audiência e alcance cresceram. Rádio foi empático com sua audiência durante a pandemia.
Análise - Virou um clichê afirmar que em janeiro passado, "ninguém poderia imaginar que teríamos uma pandemia mundial em 2020". É verdade, mas a crise sanitária provocada pelo corona vírus acabou reforçando algumas posições que já estavam ficando claras para o mercado de rádio: necessidade de acompanhar o avanço tecnológico e a manutenção da relevância do meio para a audiência. Foi um ano difícil, com muitas derrotas na área comercial, mas o rádio brasileiro foi resiliente: se mexeu, investiu em tecnologia, apostou em saídas para se adaptar à crise e teve empatia com a dificuldade enfrentada por sua audiência.
Ficou bem clara a importância do rádio para a população, algo que foi percebido já no começo da pandemia. Foi em veículos como o rádio que a população buscou informações de credibilidade e procurou um "ombro amigo" diante de uma enxurrada de incertezas para 2020. E o rádio correspondeu, de forma rápida e pró ativa.
Lá em março, já era comum a distribuição de álcool em gel para a proteção dos ouvintes. Mensagens de orientação sobre o corona vírus era algo bem frequente. E, na sequência, rádios de todos os formatos se uniram: seja na transmissão de mensagens de conforto para a população, como também na formação de conteúdos para prestar serviço à população.
Parece longe, mas é possível lembrar da "União do Rádio contra a covid-19", com a execução sincronizada da música Imagine, de John Lennon, levando uma mensagem de esperança à população. E, redes jornalísticas abriram seus conteúdos para que outras estações prestassem serviço sobre a pandemia.
Iniciativas de apoio aos comerciantes locais, sejam eles médios e pequenos, foram situações comuns em 2020. Plataformas e redes de apoio foram criadas pelas emissoras brasileiras, expondo mais uma vez a proximidade do rádio com a população.
De forma resumida, é possível relembrar alguns pontos relevantes do rádio brasileiro em 2020. Acompanhe:
Multiplataforma em todas as possibilidades
O rádio sempre foi multiplataforma, nos mais diversos sentidos. E o avanço tecnológico deixou ainda mais clara essa capacidade do veículo se adaptar. E uma tendência que já era vista para 2020 foi ampliada com a pandemia. Emissoras de diferentes formatos de programação entenderam isso e ampliaram a distribuição de conteúdo em diferentes frentes.
O Avanço do Streaming
Palavrinhas como smart-speakers, podcasts, streaming de áudio… nada disso é novidade para quem acompanha o meio rádio. Mas tudo isso teve sua importância elevada de forma significativa em 2020. O streaming de áudio das emissoras tem crescido de forma expressiva, com destaque para a 'explosão' de acessos verificada no primeiro turno das eleições municipais. O volume de acessos já estava em alta desde o início da pandemia.
O avanço do streaming não significa a queda do FM. Pelo contrário: está bem claro para o meio que o rádio caminha para uma atuação híbrida, seja na entrega de conteúdo, como também na aferição de seus resultados. O mundo caminha para isso: há um esforço grande de montadoras automotivas na criação de receptores de rádio híbrido (que combina o melhor dos três mundos: FM/AM/dados de internet). E empresas que buscam aferir esses dados, como a Kantar Ibope Media, anunciam desenvolvimentos de soluções híbridas.
Afinal, relevância o rádio tem. Mas precisa mostrar seu poder para quem distribui as verbas de mídia. E soluções híbridas podem ser uma saída.
Novamente sobre a audiência e a relevância do meio, foi uma coleção de notícias que deixaram bem clara a resiliência do rádio, e streaming chegou para ficar, assim como o analógico deixa gradativamente de existir dando espaço ao digital. Viva as novas tecnologias.
Expansão das redes
Algo que já era visto no horizonte em 2018 e 2019, foi ampliado em 2020. Sendo uma alternativa importante para ter acesso a conteúdos mais competitivos, várias emissoras optaram por aderir uma marca de rede ou a um projeto que conta com produtos nacionais. É uma forma de unir forças para ampliar a escala do rádio.
Vale lembrar que a ampliação das redes nacionais não é um movimento automático de um suposto enfraquecimento de projetos locais. Mesmo com um 2020 difícil, vários novos projetos locais surgiram, com atuação em diferentes formatos e mercados.
Avanço da migração AM-FM e A Voz do Brasil mais flexível
Dois pontos fundamentais para o rádio avançaram em 2020. O primeiro deles é a flexibilização do horário de transmissão da A Voz do Brasil. Além da possibilidade de alternar entre as faixas das 19h e 21h (término máximo às 22h), as emissoras podem executar o programa em faixa alternativa em caso de transmissões esportivas ou coberturas jornalísticas. Inclusive pedir a suspensão em dias específicos, desde que a estação avise de forma antecipada.
Outro ponto de destaque foi o avanço da migração AM-FM, com a divulgação da consulta pública do tão aguardado FM estendido (eFM), esta que deve movimentar o setor no início de 2021.
Já a migração AM-FM na faixa convencional, entre 88.1 FM e 107.9 FM,
Muito dessas e de outras conquistas passa pelo fortalecimento do associativismo do setor, através das associações de radiodifusão regionais e nacionais, que ampliaram a representação e a entrega de conteúdo relevante aos radiodifusores em 2020.
Que o ano de 2021 seja muito melhor para às emissoras de rádio, seja no Dial ou Digital multiplataformas e que tenha espaço pra todos trabalharem, tornando assim diversificado o meio para a escolha do ouvinte. que sempre será a máxima de todo processo.
Que seja um ano produtivo e prevaleça o respeito.
Um Abraço
Klerton Sousa
Radialista
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