sexta-feira, 11 de março de 2022

Coluna do Confrade Paul Getty

 MEARIM - SAUDADES DO MEU CORAÇÃO


por Paul Getty

Amiúde as redes sociais vem dando destaque especial para o Rio São Francisco, carinhosamente alcunhado de o ‘Velho Chico’, que depois de treze anos de espera, os eixos Norte e Leste do Projeto de Integração do RIO SÃO FRANCISCO foram concluídos e, no dia 09 de fevereiro deste ano, as águas do Velho Chico finalmente chegaram ao Rio Grande do Norte, o último estado da transposição! “Foi o governo atual que deu operacionalidade ao São Francisco”. 

Os rios brasileiros precisam ser mais respeitados, as matas ciliares não escaparam da destruição; pelo contrário, foram alvo de todo o tipo de degradação. Basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetação ciliar; e muitas acabam pagando um preço alto por isto, através de inundações constantes.

Os problemas que aniquilam o velho Chico, também vêm acontecendo com o nosso querido Rio Mearim; assoreamento, desmatamento e esgotos despejados no seu leito etc., faltando, portanto uma política eficaz, pois os políticos da região do Mearim demonstram uma visão miúda no trato com a coisa pública, principalmente quando o assunto é a revitalização do Rio (salvo raro em alguns momentos quando o programa Tribuna 101 – Rádio FM Cidade de Pedreiras comandado pelo Diretor Presidente KLEBINHO BRANCO promove debates importantes sobre o rio que corre em nossas veias). Parafraseando o poeta Zé da Luz digo: Ó Mearim qui banha /A minha terra quírida / Ó rio qui acumpanha /A história da minha vida.

Este é um dos maiores rios maranhenses, o mais importante, em razão das suas múltiplas funções no processo histórico de ocupação e colonização de nossas terras, com aproximadamente 750 km de extensão. Nasce entre as serras da Canela e do Negro e deságua na baía de São Marcos. "Recentemente visitando a nascente do Rio Mearim, o poeta/blogueiro Joaquim Filho bebeu na fonte, literalmente”. “Mearim, Mearim / Que alivia tantas mágoas / Sinto minha alma tocar o céu / No instante que os meus pés / Tocam as tuas águas.

Tememos, contudo, que essa ação de revitalização venha tarde demais, ou quem sabe nunca! Mesmo agonizando, todavia, o Rio Mearim, está entre os principais rios da imensa potamografia do nosso estado, dotado com dezenas de grandes cursos contínuos, somado as suas incontáveis sinuosidades, afluentes e seus cardumes de beleza. “Mearim, Mearim / Que alivia tantas dores / Tua margem me abrigou / Teu remanso me adotou”.

O Mearim há uns anos atrás era um rio caudaloso, no entanto, paulatinamente está fadado a virar um córrego. Certo dia com profunda tristeza e grande desencanto atravessei a vau as suas águas barrentas e cálidas, antes navegadas por navios de grande porte. Rio esse intensamente presente nos mais diversos capítulos da nossa vida, sejam em: pescarias, banhos, passeios de canoas e voadeiras, e até na maior enchente da sua história, do ano de 1974. “Mearim, Mearim / De tantas paixões e amores / Tua curva me enfeitiçou / Tua correnteza me beijou.”

Infelizmente da maneira como o Mearim vem sendo tratado, em pouco tempo deixará de existir, e as futuras gerações só o virá quiçá em fotografias e vídeos. Mas pra que isso não ocorra, devemos criar urgentemente um conjunto de medidas drásticas juntamente com o poder público e privado para que o Rio Mearim seja revigorado e preservado todo o santo dia. “Ninfa dos rios, Mearim / Fizeste nascer em mim / Um mundo de fantasias / Águas da minha paixão / Vida de minhas alegrias / Saudades do meu coração.”

Inebriado pela sabedoria desse amante da natureza navego sem medo de me afogar no rio de palavras desse nobre amigo e poeta (que há poucos meses nos deixou fora do combinado) Pedro Carreira (autor de: As Pedras do Araçagy) que diz: “Deus nos oferece através da natureza uma infinidade de opções para vivermos em permanente equilíbrio e aquilatarmos melhor o valor da vida. Pois quem ama a natureza, jamais padecerá de solidão”.

Paul Getty S Nascimento 

Poeta / Compositor

Cidadão Limacampense e Pauloramense

Membro da APL – Academia Pedreirense de Letras
























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